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OS FATOS

Você deixaria tudo para vir comigo?

06/09/2011 - Marta estava convencida do seu não. Um amigo lhe havia pedido para ir ensinar em Bogotá. “Absurdo”, pensava. Mas, um dia, enquanto passava roupas, pensou outra vez naquela proposta...
As crianças da escola Alessandro Volta em Bogotá.
As crianças da escola Alessandro Volta em Bogotá.

Sou italiana e atualmente trabalho como professora numa escola de ensino fundamental em Bogotá. Tudo começou com a proposta que um amigo me fez depois da minha formatura em Ciências para o ensino fundamental: “Quer ir dar aulas na Colômbia?”. No princípio, disse-lhe que não: parecia-me uma proposta absurda. Ele não parava, porém, de me perguntar isso, e eu continuava recusando. Não me sentia a pessoa adequada: não sou corajosa, não queria deixar os amigos... Ele, no entanto, me provocou dizendo-me: “Desde quando, na vida, a pessoa verifica o ‘porque não’ e não o ‘porque sim’?”.
Um dia, enquanto ajudava minha mãe em casa, pensava na decisão que devia tomar. E, exatamente quando eu estava passando roupa, me dei conta de que, dentro de mim, havia uma disponibilidade que não era minha: tudo me dizia que não (eu tinha até mesmo as minhas boas razões!), mas começava a ter lugar em mim uma disponibilidade a Alguém que me chamava. Alguém que me perguntava: você quer vir comigo para a Colômbia? Então, comecei, devagar, a ceder, porque nos anos da universidade eu vi que os amigos são o que há de mais precioso no mundo, o Paraíso, mas a companhia mais verdadeira e essencial para a minha vida é Jesus. E Ele estava me perguntando: você deixaria tudo para vir comigo? Então, eu disse para mim mesma: se Ele vier comigo, terei medo de quê? A cada camisa que eu passava, eu Lhe perguntava: o que devo fazer? No fim, cedi a este relacionamento, a Ele que precisava de mim lá, em Bogotá. Depois, me voltou em mente algo que padre Carrón havia dito: “A obediência é seguir a descoberta de si operada por um outro”. Isto, para mim, era carne. Assim, descobri para que sou feita: para o todo. E isto, na minha vida, tem um nome e um sobrenome. A preocupação dos amigos continuava, porque não os queria perder. A minha objeção, porém, foi revertida: “Você está realmente unida a eles se responder a quem a chama”, um amigo me lembrou.
Naqueles dias, uma amiga estava para se casar em Chicago. Eu queria um ponto que nos unisse, então me inscrevi na Fraternidade: um lugar ao qual quero pertencer, seja lá onde eu me encontre. Estando na Colômbia, no entanto, descobri que não poderia ir ao seu casamento. Naquele fim de semana eu estava com muita raiva, não queria falar com ninguém. Fui à Escola de Comunidade, naquele dia, só porque ela acontecia no andar de baixo do meu apartamento e eu não queria problemas com os outros da comunidade. Ali, uma pessoa interveio dizendo: “As circunstâncias são o lugar no qual o Senhor vive e passa”. Acho que escutei esta frase centenas de vezes, mas somente naquele momento eu a levei a sério. Dei espaço para a minha sede. E pensei: “Se Tu estás, de verdade, aqui, quero Te ver. Não apenas: quero um amigo aqui, como Giulia, que agora está em Chicago”. Havia, porém, uma diferença entre mim e ela: o seu “sim”. Então, diante das faces daqueles colombianos, o meu “não” se transformou. Em seguida, logo depois da assembleia, Aureliano, um amigo de Bogotá, que eu ainda não conhecia, convidou-me para ir à sua casa, para me apresentar sua mulher e filhos. Olha só: naquele momento descobri outra vez que Cristo me prefere, estava me preferindo ainda naquele rosto.
Um último fato. Alguns meses atrás, o casal de São Paulo, Marcos e Cleuza Zerbini, vieram a Bogotá. Eu estava muito contente por, finalmente, conhecê-los. De fato, quando fui dormir naquela noite, eu estava feliz por os ter encontrado... mas, não me bastava. Quando, no dia seguinte, passaram para nos encontrar na escola, uma criança perguntou a Marcos porque só eles ajudaram os brasileiros a responder as suas necessidades. E ele: “Se eu tivesse o mapa do tesouro da vida, você não viria procurá-lo comigo?”. Eles, pulando na cadeira: “Sim!”. Então, me perguntei se, naquela manhã, eu também teria pulado da cadeira para procurar o tesouro da minha vida, por causa da necessidade que tenho de reencontrá-Lo. Entendi, então, o motivo pelo qual eu tinha ido para cama sem estar contente de forma eterna. Eles, para mim, foram o rosto de Jesus que me queria bem.
Marta, Bogotá

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