BRIGHT, UGANDA
“Dom Giussani? É difícil para mim encontrar as palavras adequadas para um homem que passou toda a sua vida com esta consciência da realidade. Em qualquer momento, o simples fato de ouvir a sua voz, que me fala através dos seus livros, através da Escola de Comunidade, faz-me sentir um homem novo, capaz de me mover em qualquer circunstância, sem medo de perder a minha vida e a minha humanidade”. Bright Jude Lumanyka tem 21 anos, vive num subúrbio de Kampala, em Uganda, com três irmãs e dois irmãos. A mãe foi-se embora há muito tempo, o pai trabalha na Tanzânia e só vem a casa umas duas vezes por ano. Acabou de entrar para a universidade, que vai começar em breve. Um rapaz inquieto, desde pequeno, muitas vezes castigado por fugir de casa para ir visitar mesquitas e igrejas, curioso de ver aquele “Deus” de quem ouvia falar. Um domingo, há alguns anos, depara-se por acaso com a Escola de Comunidade que a Rose faz com os jovens da sua escola, que frequenta com a ajuda financeira da própria Rosa. É o começo de uma história, feita das palavras de Dom Giussani e de uma amizade com um grupinho de jovens mudados pelo encontro com o movimento e com o padre Carrón. “Encontrei o que procurava”, diz um dia Bright à Rose: “Se também você deixasse de me ajudar, seria um problema seu. Aquilo que eu encontrei, nem mesmo você pode me tirar”. Falava do encontro com Cristo, através do Dom Giussani. “Um homem apaixonado, que me comove ao ponto de eu querer, acima de tudo, seguir os seus passos e ter o seu olhar. O encontro com ele mudou minha vida deuma maneira indescritível. Quero abraçar cada coisa como ele, com esta simplicidade que é a maior coisa que o mundo pode oferecer”. Bright fala de um homem cheio “de sabedoria, de liberdade, que dedicou toda a sua vida a educar infinitas pessoas como eu”. E depois acrescenta: “Para mim, é um dom que não tem preço. E é cada vez mais importante para mim, cada vez mais seguir alguém para alcançar o meu destino. Para mim, é uma memória que continua viva, dentro do povo que caminha com ele”.
AFONSO, ESPANHA
Sempre ouviu falar de Giussani em casa, desde pequeno, através dos seus pais de CL. Mas por fim, Afonso Calavia, estudante de Filologia hispânica na Universidade Complutense de Madrid, acabou por ter que se confrontar à força com este nome, quando uma amizade, através da qual a vida tinha começado a tomar gosto, mudou de rumo. “Até à universidade, nunca tinha sentido a necessidade de seguir o movimento como os meus pais. Estava com os meus amigos. Mas depois, houve aquele encontro casual com o David, na faculdade…”. Tudo muda de repente. Novos amigos, a Escola de Comunidade, sobre os livros que “aquele” Dom Giussani tinha escrito há tantos anos. “Estava começando a viver intensamente, ficar contente como nunca tinha estado, a respirar, a querer tudo do mundo. Tinha a certeza de que tudo isso acontecia graças à minha relação com o David”. Mas depois acontece que o amigo, em 2007, deixa a Espanha para entrar num mosteiro beneditino às portas de Milão. Foi uma ferida amarga: “Eu dizia: “Não está acontecendo, não está acontecendo”. Com raiva. A minha vida tinha mudado graças à minha relação com ele. E agora, ele foi embora”, conta Afonso. “Pouco a pouco, dei-me conta de que os traços, as características, a humanidade que eu tinha encontrado no David, também acontecia em outras pessoas, nesta companhia do movimento”. De onde nascia tudo isto? “Aqui entra em jogo a Escola de Comunidade, ou seja, a relação com um homem chamado Dom Giussani, que eu nunca conheci pessoalmente. Ao princípio não percebia nada, absolutamente nada. “É normal”, diziam-me. Mas aos poucos, as minhas perguntas sobre a afeição, as relações, a partida do David, começaram a ter resposta. Lia palavras que já tinha ouvido o meu amigo dizer. E que me descreviam de tal forma que às vezes me assustavam como eram adequadas e pertinentes para a minha vida e de tal modo me ofereciam um caminho. Como um pai que dá a mão a um filho para o ajudar a subir as escadas. Foi isto o que Dom Giussani se tornou, hoje, para mim, também através do Movimento e do padre Carrón: alguém que eu não conheci, mas com quem, no entanto, tenho uma relação chegada, real e apaixonante. É um amigo com quem posso medir tudo, sem deixar nada de fora. E com quem posso ser eu mesmo, porque acolhe verdadeiramente tudo o que eu sou”.
WILLIAM, ITÁLIA
“Quem é Dom Giussani para mim? É Dom Giussani. É o companheiro da minha vida”, responde de repente o William, que frequenta o último ano de economia e comércio na Bocconi. Ele, que nunca o viu. O encontro com o movimento aconteceu “casualmente” quando, vindo de fora, ao procurar alojamento, encontrou um lugar num apartamento da Ringhiera (cooperativa que gere habitações para universitários). Conheceu um rapaz com o qual nasceu uma amizade muito bonita. Foi com ele aos Exercícios. “Dali aconteceu tudo”. Mas como ter por companheiro alguém que, fisicamente, já não está aqui? “Através do rosto dos meus amigos, na amizade cada vez mais apertada com o Carrón, e encontro-o nos seus livros. A sua companhia é uma coisa concreta, por isso vou visitá-lo regularmente no Monumentale. Dou por mim falando com ele. Percebo que sem o seu sim ao dom que o Mistério lhe deu, eu nunca teria encontrado nada. Não teria estes amigos. Não estaria tão contente”. Nas suas palavras, Giussani é um amigo. O que é que nele te fascina? “Ter sido uma pessoa muito ligada à realidade tal como esta se apresentava. Nunca procurou evitar nenhuma circunstância, uma obediência instante a instante. Nada era estranho à sua vida, à sua fé. Percebo isso quando faço Escola de Comunidade. É o mesmo que desejo para mim. Uma vida plena”. O que é que te faz senti-lo vivo? “A companhia dos meus amigos. Neles se reflete seu sim. E gosto de ouvir o padre Pino, o padre Ambrogio, o Dima quando falam dele. Coisas que aconteceram, mas o que me toca, sobretudo, são seus rostos quando falam. Não é a recordação de uma coisa passada, acabada, mas a tensão de uma amizade gigantesca. Uma paixão pela vida sem parêntesis, sem buracos negros. Relembrando todos os pormenores. Isto desperta a minha pessoa”. De encontro em encontro. Como foi com os apóstolos.
JENIA, RÚSSIA
Quando, no segundo ano da Universidade, a Jenia, convidada pela sua professora de italiano, foi a um jantar, não gostou de quase nada do que foi dito, não concordava. Mas a forma como aqueles jovens estavam juntos, a amizade deles, fascinou-a.”Estavam interessados por mim. O importante não era eu ser protestante, mas a minha pessoa. Era uma coisa impensável. Com a Escola de Comunidade até podia não estar de acordo, mas não podia negar a eles”. Hoje a Jenia, doutoranda em Filologia russa na Universidade de Novosibirsk e professora de russo e de italiano nalgumas escolas privada para adultos, vai todos os verões ao Meeting porque aqueles amigos nunca mais a largaram. E Dom Giussani? “Sinto-o como um amigo. Não o conheci diretamente, mas sim através destes amigos. Não está no meu DNA ter um culto pela pessoa. Por isso, o ponto aqui não é o Giussani, mas alguma coisa mais que está se abrindo em mim. Segui-lo, é seguir Cristo. Ou melhor: é o próprio Cristo que me faz conhecer Giussani”. E os amigos? “Giussani está na origem da amizade porque nos fez perceber que o ponto é Cristo. Podemos nos querer bem por isso. Às vezes penso que, através do Carrón, dos amigos, da Escola de Comunidade, ele está me dizendo alguma coisa diretamente a mim, só para mim. É meu amigo”. Usa todos os verbos sempre no presente, embora fale italiano perfeitamente. O que é que te fascina em Giussani? “A simplicidade com que explica as coisas importantes da vida. Não é preciso ter estudado para perceber. Aqui, os professores gostam de falar duma maneira complicada, sentem-se superiores a nós, estudantes. Com ele é diferente”. Mas algum destes amigos, que o conheceram diretamente, te falou dele? “Pouco. Eu encontro-o nas pessoas, na sua forma de agir. Antes de encontrar estes amigos, eu estava convencida de que só se tivesse sucesso é que a minha vida seria útil, agora acho que estou aqui, sou única e por isso valho”.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón