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OS FATOS

“Surpreendidos pela certeza de um fato”

24/04/2012 - Giacomo tinha começado a frequentar os Colegiais há dois meses. Todos na escola percebiam a sua mudança. Na manhã do dia 12 de abril, morreu em um acidente. Aqui, a lembrança de alguns de seus professores

Escrevo junto com alguns colegas do Instituto Tirinnanzi, de Legnano (Itália), para contar um fato que aconteceu esta manhã, dia 12 de abril de 2012, e que já está mudando nossas vidas.
Enquanto vinha para a aula de moto, por volta das 8h, Giacomo, um aluno nosso a quem éramos muito afeiçoados, sofreu um acidente e morreu. Nunca senti uma dor tão grande.
Nos últimos dois meses, tinha começado a frequentar o grupo dos Colegiais de CL, e na escola todos perceberam nele uma mudança evidente. A coisa mais impressionante era a consciência com a qual falava de si e do encontro que, finalmente, depois de uma longa busca, tinha mudado sua vida. Durante as últimas Escolas de Comunidade com os meninos, em Legnano, ficamos todos impressionados com suas frases: sempre dizia que não sabia se era Cristo aquilo que tinha encontrado, mas que tinha se dado conta de que a vida era mais bonita “buscando Deus naquilo que se faz”. Ou que tinha certeza de que finalmente encontrara um caminho e que tinha começado a nos seguir não por causa de um discurso, mas “por causa de um sorriso”. Ouvindo-o falar, todos nos dávamos conta de que ele estava vivendo algo que o fazia transbordar, explodir, a ponto de, para nós (adultos e jovens), reacontecer potentemente o encontro que nos tomou. Mesmo hoje, diante da sua morte, uma série de fatos excepcionais colocou diante de nós, e em volta, tudo aquilo que vimos nos últimos meses. Depois da notícia, havia uma grande comoção na escola, mas todos os jovens tinham nos olhos uma pergunta e permaneciam em silêncio, diante do Mistério. Alguém propôs celebrar uma missa. Todos vieram, mesmo quem não acredita ou é contra a Igreja, e participaram em silêncio de um gesto cheio de certeza, das músicas preparadas por seus companheiros de classe (Povera Voce, Qui Presso a Te, O Desígnio e Regina Coeli) às leituras da Ressurreição.
A pergunta dos jovens é a mesma que a nossa: que sentido tem? Por que aconteceu? No entanto, já fomos surpreendidos pela certeza de um fato maior, que permitiu a Giacomo, agora, estar realizado.
Há dois meses, depois de uma conversa que o havia particularmente interessado, me escreveu esta carta, falando-me pela primeira vez, do tu:

Quem é Cristo? Depois de ter recebido os sacramentos, parei tanto de frequentar a igreja como de rezar, não sentia a religião das igrejas e da missa como “minhas”.
Depois, ter participado, junto com meus companheiros da escola Kolbe, da “promessa”, suscitou em mim aquelas perguntas que um jovem, a um certo ponto, se coloca: Quem sou? Onde vou? E depois da morte?
Só agora entendi que precisavam urgentemente de resposta. Não posso afirmar com certeza que comecei uma verdadeira e própria busca, prefiro dizer que pelo menos comecei (como normalmente você fala de manhã, na sala) a tomar consciência.
Os primeiros três anos de colégio ocultaram tudo isso com uma frágil camada, e só hoje dou-me conta de como ter abandonado mesmo que só o desejo de “saber de Deus” me levou para baixo.
Hoje voltei para o Tirinnanzi, e este ambiente que parece ser o meu único, revelou aquela necessidade de saber que tinha escondido de mim mesmo e dessa vez não pude fingir que não era nada.
Ver vocês tão felizes e tão convictos do que fazem, deixou tudo mais claro para mim: vocês têm algo que eu não tenho.
Começou assim a minha busca por Deus: de um sincero “Eu não sei quem é Deus, mas quero saber”, e quem, senão vocês, pode me ajudar a encontrá-lo? É por isso que agora participo dos Colegiais, para ser ajudado a encontrar minha fé por alguém que talvez ainda não o saiba com certeza, mas que indubitavelmente está mais à frente no caminho do que eu.


Giovanni, Luca, Mario, Pietro e outros amigos.

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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