É madrugada de domingo, 3 de junho. A lua cheia ilumina a noite escura. Em Guaratinguetá, 300 pessoas estão reunidas para a peregrinação ao Santuário de Aparecida. A maioria chegou de ônibus, vindos de São Paulo e Rio de Janeiro, mas não faltaram representantes de Brasília, Belo Horizonte, cidades do interior paulista, e até da distante Aracaju, no nordeste do país.
O início é marcado pelo canto de Claudio Chieffo, É bella la strada. Bracco, responsável nacional de CL, introduz o gesto com algumas palavras. “Aquilo que veio no meu coração vindo para cá, como pedido para mim e para nós é aquilo que Dom Giussani desejava para o seu amigo Angelo Majo, em 1946: ‘Caríssimo, desejo que Jesus se encarne nessas suas experiências, com essa inexorabilidade definitiva com que se encarnou no seio da Virgem Maria. Porque a maior alegria da vida do homem é sentir Jesus Cristo vivo e palpitante nas carnes do próprio pensamento e do próprio coração. O resto é veloz ilusão ou esterco’. Que esse gesto seja o início de um caminho. O caminho do seguimento de Dom Giussani como Carrón está nos ajudando a pedir e desejar”. Todos escutam em silêncio. E o coração vibra diante daquelas palavras tão verdadeiras. Depois, conclui: “Dentro de um caminho, existe a distração, existe o cansaço, existem o canto e a oração. E existe uma meta que nos espera e vai nos ajudar em cada passo. Peçamos a Nossa Senhora essa certeza de estar no caminho rumo ao nosso destino, que é a doce presença de Cristo”.
Para facilitar a caminhada noturna são divididos quatro grupos. A cruz ia à frente rodeada pelas tochas, e todos seguiam a luz. Em um carro de som é entoada a oração do rosário. As intenções deste caminhada foram pelo Papa Bento XVI, agradecidos por seu testemunho; por Dom Giussani, para que o pedido de abertura do seu processo de canonização nos ajude a redescobrir a novidade e a fecundidade do carisma que lhe foi doado; pelo Encontro Mundial das Famílias que acontecia em Milão; e também pelos Exercícios da Fraternidade que estava sendo realizado em Manaus.
Caminha-se ao longo da rodovia. A equipe de ordem está em alerta e cuida de cada detalhe. Meditam-se os quatro mistérios, intercalados com hinos marianos e o silêncio. Um silêncio que é cheio de uma Presença. E quando o cansaço pesava, o amigo ao lado era um ponto firme que ajudava a seguir a luz, a manter desperto o pedido e a atenção. Em meio à neblina, a cada passo via-se a Basílica ficar cada vez mais próxima.
Em uma grande praça, já bem perto de Aparecida, todos param. Ali se faz uma pausa para um breve descanso. Depois, em uma grande roda, é dado o abraço do perdão, seguindo a tradição da Igreja. Formam-se novamente os grupos e todos fazem um último esforço seguindo Bracco, que carrega a cruz no trecho final.
Ao chegar ao Santuário todos passam diante da pequena imagem de Aparecida. É hora de se dirigir à missa das 5h30. E, para grande surpresa, a igreja já está lotada. Peregrinos de todo o Brasil também haviam chegado para mostrar seu olhar à Maria e confiar a vida em suas mãos. E, assim, nos reunimos com o Povo de Deus para a festa da Santíssima Trindade.
Após a missa, um gesto final antes de voltar para casa. Canta-se Reina de la paz e Romaria. Em seguida, padre Julián de la Morena guia uma última oração. Breves cumprimentos e é hora de pegar a estrada novamente. Mais certos que antes, contentes por ter dado mais um passo no caminho.
A seguir algumas imagens do gesto da peregrinação.
© Fotos de Welington Ribeiro (1, 2, 4, 5) e Marco Aur (3, 6, 7, 8, 9).
Credits /
© Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón