É jovem, mas já tem as ideias claras. Francesca tem 14 anos e já no início da entrevista me surpreende com algumas declarações que muitos com o dobro da sua idade não seriam capazes de fazer. “Sei que quando crescer eu quero ser eu mesma” e “quero seguir Don Giussani porque participando de CL estou fazendo o encontro com Cristo e esta é a coisa mais importante da minha vida”. Calma e tranquila, trabalha como voluntária no International Meeting Point, junto com sua mãe, Emanuela, que a acompanha sempre por causa da sua idade. O nome italiano poderia enganar, mas os seus olhos azuis e traços finos revelam suas origens.
Francesca nasceu no Canadá, em Ottawa. Seu pai Whitney é protestante e de origem holandesa, e sua mãe é italiana, católica e pertence ao Movimento. Ela mudou-se de Milão para o Canadá para trabalhar como médica neonatologista: “Nós vivemos o Meeting em casa!”. Ambas sorriem enquanto contam a história que as levou a Rímini. Emanuela explica: “Conheci meu marido no Canadá e por isso permanecei ali. Para ele sempre foi muito claro a importância do Movimento para mim. Nós nos casamos na Itália, na igreja de Sant’Egidio in Fontanella, em Bergamo, que foi construída pouca antes do cisma de Lutero. Para nós, este é o símbolo de que é possível viver a unidade mesmo se não se trata da mesma raiz”. Justo o pai foi fundamental para levar Francesca a ser a mais jovem voluntária da edição deste ano. Na escola em que Francesca estuda no Canadá, são obrigatórias 120 horas de voluntariado por ano, das quais 40 horas devem ser feitas durante as férias de verão [no Canadá são os meses de julho e agosto; nde]. Whitney pensa imediatamente no Meeting di Rímini como uma possibilidade para a filha e propõe à diretora da escola, envolvendo-se pessoalmente para explicar o significado desta manifestação. “Meu marido tinha visitado o Meeting alguns anos atrás, que evidentemente também marcou o coração de uma pessoa que não pertence a esta história”, diz. Francesca conta: “Vim ao Meeting por curiosidade. No Canadá comecei a frequentar o grupo dos colegiais em Ottawa junto com outros cinco amigos queria ver se é possível encontrar a amizade em todo o mundo. Neste verão passei as férias na Itália”. Antes ficou por uma semana nas montanhas Dolomitas com alguns jovens colegiais de Bolonha e depois foi por duas semanas a Varigotti, na praia. “Quero seguir os passos de Dom Giussani e por isso fui a Varigotti e visitei os lugares importantes para ele”. As pistas a levaram a Rímini: “É incrível ver tantas pessoas que me acolheram como se nós já fôssemos amigos há muito tempo. Ver homens movidos pelo mesmo desejo é um milagre”. No olhar de sua mãe, a certeza de que o “compromisso” familiar não é um peso para ninguém: “Indo a fundo do próprio desejo sempre se encontra uma solução”, explica. E se a natureza do homem é relacionamento com o infinito, a solução não deve ser tão ruim.
(Texto extraído do jornal Quotidiano Meeting de 20/08/2012)
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