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OS FATOS

“Preferidos, mesmo dentro da dor”

06/11/2012 - No dia 4 de novembro de 2011, Giovanni Bizzozero, jovem italiano estudante de Veterinária, morreu em um acidente de trânsito. Passado um ano, seus pais contam a própria experiência. Desde o início “aquilo que aconteceu nos colocava diante de uma escolha”
Giovanni Bizzozero.
Giovanni Bizzozero.

Caríssimo padre Julián Carrón,
no dia 4 de novembro completou-se um ano que o Senhor levou nosso filho Giovanni para junto de si. Desde a primeira noite, para nós foi evidente que aquilo que aconteceu nos colocava diante de uma escolha: se era mais razoável crer que esta circunstância negava toda a preferência que percebemos nestes anos, ou se, de modo misterioso e doloroso, o ocorrido estava dentro desta preferência.

Dissemos o nosso sim, naquela noite e a cada instante deste ano. Descobrimos que o Senhor não pega este sim e o guarda, fazendo com que tudo continue como antes, mas experimentamos que deste sim tudo muda, porque Cristo responde e, portanto, toda a realidade que é feita Dele responde. A partir daquele momento nos tornamos expectadores do Mistério bom que intervém a cada instante dentro da vida. Isso mudou completamente a maneira de nos olhar entre nós, de olhar para nossos filhos, para os velhos amigos e para os diversos amigos novos que encontramos.

Devemos confessar a você que a dor pela falta do nosso filho aumenta dia após dia, mas aumenta também a evidência e, portanto, a certeza. Antes de tudo a certeza – como você nos disse por telefone na noite anterior ao enterro – de que Giovanni agora goza da plenitude com uma intensidade muito maior do que aquela que todos nós poderíamos ter dado a ele, mas também a certeza de que este é o nosso destino, e que esta realização já começou agora, aqui, pelo testemunho Dele que reacontece continuamente e, portanto, que continuamente cumpre. Esta certeza não é fruto de um milagre, nem de sentimentos ou pensamentos sem sentido, mas de um caminho que por graça, desde o primeiro encontro, fizemos e estamos fazendo na companhia do Movimento. Por isso esta dor nunca foi uma dor desesperada, mas agora é uma dor oferecida.

Nós também percebemos que dizer este sim, que olhar assim a realidade não acontece uma vez para sempre, mas é algo de cada instante, porque a cada instante nós devemos decidir novamente para Quem olhar, e que este olhar e este sim são possíveis porque pertencemos a um povo, um povo constituído de rostos precisos de amigos que desde o primeiro instante non abraçaram e não nos deixaram mais, o rosto de Jesus que diz: “Mulher, não chores”.

Flavio e Ester, Varese (Itália)

Leia também:
O mais poderoso desafio à positividade do real: o texto da assembleia de Julián Carrón com os universitários por ocasião da morte de Giovanni Bizzozero (9 de novembro de 2011)

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