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OS FATOS

New York Encounter. O verdadeiro “sonho americano”

por Riro Maniscalco*
20/02/2013 - Em janeiro foram realizados os três intensos dias de encontros promovidos pelo Crossroads Cultural Center de Nova York. A seguir transcrevemos o artigo publicado no site IlSussidiario.net

Quando uma coisa é bela, é bela. A evidência se impõe. Depois – algo bom e justo – podemos perguntar por que é tão bela e também de onde vem essa beleza. O New York Encounter de 2013 terminou ao som maravilhoso da Arturo O’Farrill Jazz Band. Um último agradecimento e uma despedida prometendo novo encontro para o próximo ano. Essas palavras, de um modo ou de outro, dizem respeito a mim. Quem me conhece sabe que não sou particularmente sentimental. Muito pelo contrário... No entanto, durante o New York Encounter passei o tempo todo indo de um lado para o outro cumprimentando e abraçando a todos. Do meu modo, mas faço sinceramente. As palavras iniciais sempre me encorajam, as do encerramento sempre me pesam, porque não parecem ser adequadas. As minhas também não conseguem ser. Depois de três dias como esses do Encontro, o “vírus da desencarnação” (como disse Monsenhor Albacete na sexta à noite) está indo embora e as palavras vão com ele deixando lugar para a experiência.

Podemos não ser capazes de definir a liberdade, mas somos feitos para reconhecê-la. O New York Encounter(NYE) foi uma torrente de exemplos de experiências de liberdade. Quem estava lá, viu. Para aqueles que não foram, a narração pode dar uma ideia do que aconteceu. No site, serão postados textos, fotos e vídeos para quem quiser viver virtualmente aquilo que nós vivemos “ao vivo” (www.newyorkencounter.org). Para mim, neste momento, ficaram muitas imagens que se sucedem e se harmonizam, como as melodias dos diversos instrumentos em uma partitura musical. A verdade é sinfônica, dizia Von Balthasar... Tudo começou com um emocionante Gospel cantado a capella por Vaneese Thomas. A “voz” dos negros americanos, pessoas que sonhavam com a liberdade vivendo como escravos na terra da liberdade. As palavras de monsenhor Albacete que nos ofereceram imediatamente um caminho para seguir. O milagre da liberdade de Joshua Stancil atrás das grades de uma prisão. Tony Hendra, que por pura amizade nos brindou com Peguy.

A potência do Manhattan Wind Ensemble, que nos fez viajar de Ellis Island (onde desembarcavam os imigrantes) às paisagens estrangeiras. E o comovente testemunho de Paul Batthi que aceitou dar continuidade à obra do irmão Shahbbaz, mártir da fé, a apaixonada consciência da realidade, animada pela fé de padre Cameron e padre Carrón, o corajoso amor pela beleza de Maria Yudina, a ternura nada sentimental das cartas das vítimas do furacão Katrina que tornaram tão simples entender que a liberdade é um laço amoroso, a inteligência do olhar comunicada pelo professor Greene, incrível Mestre em arte, o contínuo desafio entre liberdade e lei, a aventura do desejo de felicidade no testemunho de John Waters e o abraço paterno do cardeal Egan, que veio para celebrar a missa no domingo de manhã. E ainda – preciso lhes dizes isso – o senhor Korell, ou, a história de um “êxito”, um homem que conseguiu construir uma obra prima dos negócios na área de energia.

O senhor Korell chegou na sexta, de Houston, e veio por dois motivos – palavras suas: “Porque essas duas moças me convidaram [nossas amigas de Houston] e, depois, porque quando vi o programa perguntei-me quem poderia fazer algo do gênero, e por quê. Então, decidi vir para ver e ouvir tudo. Sou um curioso”. Quando o encontrei pessoalmente no sábado de manhã, estava voltando do “primeiro impacto” com o New York Encounter. Tinha chegado na noite anterior, em tempo para assistir a apresentação da Manhattan Wind Ensemble. Nosso amigo Jonathan Fields falou sobre cada peça, como só ele sabe fazer. O Sr. Korell me disse: "Nunca entendi muito de música, mas ontem à noite... com aquele homem (Fields) que nos pegava pela mão e nos fazia ver... Acompanhei tudo, entendi tudo. Foi belíssimo!". Depois continuou: "Olha, meu pai era um caminhoneiro de Wyoming. Precisei me esforçar e lutar para ir à universidade, para ter uma educação. Aqui no Encontro, vocês oferecem uma educação a todos. Grátis". Hoje de manhã, com o Encontro terminado, ele nos enviou uma mensagem: "Obrigado por terem me convidado. Foi um final de semana maravilhoso, cheio de alegria, coisas para aprender e aventuras... quero compartilhar com vocês esta foto da vista que tenho da minha janela, com a qual Deus me abençoou hoje de manhã".

Obrigado Sr. Korell, obrigado a todos. Obrigado aos duzentos voluntários. Quando estava mais cansado eu ia até o “Restaurante NYE”, não para comer, mas para ver os rostos daqueles que trabalhavam ali. Isso também é um vírus. A experiência da liberdade é contagiosa. O Bem, o Belo, o Verdadeiro são contagiosos. Um outro “Encounter” já nasceu em Petesburgo, algumas pessoas estão se preparando para ir a Pasco, estado de Washington. Esperamos que a vida de todos nós seja um contínuo “encounter”, porque sem um Outro a liberdade não é possível. Acho que realmente o New York Encounter é o verdadeiro “sonho americano”.

* Riro Maniscalco é presidente do NYE.

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