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OS FATOS

“Vocês curaram as minhas feridas”

16/08/2013 - A doença, a cirurgia e as consultas com a psiquiatra. Durante esse último ano, a mudança, a partir do encontro com a comunidade de CL em Carrara, na Itália. Eis a carta escrita por uma jovem aos amigos que a ajudaram a “se tornar uma pessoa nova”
''Primeiros passos'', Van Gogh, 1889.
''Primeiros passos'', Van Gogh, 1889.

Quinta-feira passada eu fui me encontrar com a psiquiatra. Vou uma vez por ano desde quando coloquei o anel gástrico para redução do estômago, para ver se é necessário mudar o tratamento iniciado devido a um estado de ansiedade que não passava e avaliar minha situação. Eu lhe contei todo o percurso feito nesse ano, desde a hemorragia cerebral de uma menina que eu conhecia e que me colocou diante do fato que tinham coisas na minha vida que eu não tinha coragem de enfrentar, até o fato de ter encontrado vocês: a peregrinação até Assis; ter conseguido dar um testemunho diante de muitas pessoas na assembleia, apesar da minha timidez; ter ido a Roma pra ver o Papa. E a psiquiatra ficou maravilhada e surpresa por todas as coisas que eu tinha conseguido fazer. Em um ano, um mundo que estava desmoronando por causa de eventos aparentemente incontroláveis, se transformou na possibilidade de mudar de vida, me tornar uma pessoa nova. Passei a aceitar o meu caráter, o meu peso e o fato de não poder ter tudo sob controle. Certas coisas não acontecem se não estiver em jogo algo imensuravelmente maior, mais bonito e mais verdadeiro. Eu consegui fazer tudo isso, porque Deus, no momento em que eu achava que tudo estava destruído (inclusive eu mesma), me chamou pelo nome, veio me salvar e talvez eu também estivesse pronta para me deixar ser salva.

Não acredito que a psiquiatra seja muito crente, mas enquanto ela me dizia que eu tinha ido bem, que tinha feito um ótimo trabalho, eu pensava que não tinha sido eu, de mim não podia nascer toda aquela força e aquela coragem, conheço as minhas capacidades e aquela força não era humana. Eu disse sim, me tornei um instrumento d’Ele, e por mais que eu tenha sempre me sentido abandonada por Deus, Ele estava ali me esperando. É verdade que agora que me reencontrou eu tenho medo de perdê-Lo, mas eu vivi até pouco tempo atrás no “tudo é eterno enquanto dura”. Hoje, ao invés, consigo dizer: “Obrigada, Deus. Você sempre esteve presente”. No final da consulta, a médica me disse que podemos tentar concluir o tratamento que faço em seis semanas e ver como vai ser e depois. Quando for possível, opero e tiro o anel gástrico. Não preciso mais dele. Sou eu que devia mudar, e o anel não podia me mudar, só Deus poderia mudar o percurso da minha história.

Precisava contar essa história para vocês, estava esperando esse momento há uma semana, porque o mérito também é de vocês. Vocês são o maior dom que Deus podia me dar. Vocês curaram as minhas feridas, me ajudaram a reconhecer aquilo que não estava indo bem na minha vida e, quando eu estava perdendo o equilíbrio ou achava que diante das adversidades a fé diminuiria, me fizeram ver que eu era mais forte do que antes porque Deus era parte de mim. E não tem nada que possa mudar essa consciência.

Carta assinada


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