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OS FATOS

E Newman desembarcou em Estocolmo

por Paola Ronconi
22/08/2013 - Uma mostra sobre o cardeal inglês na capital escandinava. Uma ideia "extravagante" de Max, que envolve outros amigos da comunidade. O fruto de uma experiência empolgante e profunda de alguns anos antes em Oxford
Estocolmo.
Estocolmo.

Parecia que a coisa não poderia dar certo. Não havia as condições adequadas. Mas a ideia de levar aquela mostra sobre o cardeal John Henry Newman a Estocolmo não largava a cabeça do Max. Ele e a esposa viviam em Oxford no ano de 2010, exatamente o ano em que Bento XVI fora à Inglaterra para a beatificação do Cardeal. Depois, quando no ano seguinte Giuseppe Pezzini e a comunidade de Oxford, haviam preparado uma mostra sobre a figura de Newman para o Meeting de 2011, eles não puderam participar aos trabalhos. Era o período de uma transferência, de mala e cuia e com os filhos, para Estocolmo, onde um novo emprego aguardava Max. Uma pena! Porque trabalhar montando aqueles painéis e aqueles textos tinha sido, para quem participou, uma experiência empolgante e profunda.
Mesmo ficando na Suécia, os contatos com Beppe e os amigos ingleses não se interrompem, muito pelo contrário. Ali com eles Max havia respirado novos ares: os anos transcorridos em Oxford haviam permitido, a ele sempre em movimento pela Europa, entrever um outro modo de olhar a sua vida, a fé e também a pequena comunidade sueca.
Assim surgiu aquela ideia extravagante: propor “Cor ad cor loquitur. A certeza de Newman, consciência e realidade” na cidade escandinava. Max conversa acerca disso com os amigos da comunidade de Cl de Estocolmo e com algumas famílias recém-encontradas na paróquia. Não são muitos, mas compreendem que é uma ocasião para aprofundar o trabalho da Escola de comunidade. Além disso, da universidade Bicocca de Milão, chegou Andrea para um doutorado. É o segundo italiano, depois do Max, que chega à Suécia para estudar. Nos anos da Faculdade, cuidava da secretaria do CLU. Uma ajuda.
Mas as dificuldades organizativas não são indiferentes: caro demais, energias demais, gente demais para “recrutar”. Para não falar da língua. “Porém, os relatos dos meus amigos ingleses me haviam convencido que valeria a pena levar a sério esta proposta, independentemente do êxito”, diz o Max. “Por falar nisso, me lembrei da preparação da mostra ‘Com os olhos dos apóstolos’, preparada pela comunidade da Irlanda, da qual ouvi falar na Assembleia dos responsáveis em agosto de 2012 e daquilo que disse o Pe. Carrón: uma pessoa dá o próprio sim, depois Ele envia os sinais para compreender o que fazer. É preciso apenas ficar atentos, reconhecê-los e segui-los. Simples, não? A ponto de nos desconcertar a todos”. Dizer sim e esperar. Um dia chega um telefonema de Beppe. Os painéis foram traduzidos para o inglês e impressos, de modo que podem ser expedidos. Foram de avião para os Estados Unidos, mas em breve estarão disponíveis. Eis o sinal. Max conversa com o seu pároco, um jesuíta que já conhece faz anos, desde quando, jovem universitário, tinha chagado a Estocolmo para o doutorado. E logo eles, os jesuítas da paróquia de Santa Eugênia, dirigem também o Newman Institute, um colégio universitário de teologia e filosofia em Uppsala, 50 km ao norte de Estocolmo. “Eu hesitava um pouco, mas o pároco se demonstrou entusiasta: mande-me o material – ele me diz – ouça o parecer do pessoal de Uppsala e vamos entender quando fazê-la”.
Os sinais continuam a chegar: o sacerdote do Newman Institute com quem o Max está tratando, naqueles dias é transferido para a América do Sul. No lugar dele chega Mikael, um seminarista que em Uppsala, durante os anos dos estudos, havia conhecido o movimento por meio de um rapaz eritreu, amigo do Max. “Tudo nos dizia para ir em frente”. Em poucos meses reclutamos as guias, Beppe, via skype da Inglaterra, explica em três noites o percurso dos painéis e, sobretudo, explica por que vale a pena doar algum tempo assim. Depois de tudo pronto, partimos.
Por dez dias o adro de Santa Eugênia escuta explicar a mostra em inglês, em sueco e, umas duas vezes, em eritreu, para homens e mulheres tomados de curiosidade por um evento que na Suécia não é nada usual: gente que quer comunicar uma beleza vislumbrada em outros. “A comunidade católica de Estocolmo divulgou muito a mostra, dando também o aviso no final das missas”, continua Max. “Pezzini veio para um fim-de-semana e presidiu o encontro de apresentação, explicando que tudo nasceu quando Bento XVI foi à Inglaterra para a beatificação de Newman. Estavam presentes umas cem pessoas, também o representante da Igreja anglicana na Suécia”. Um sacerdote católico convertido do anglicanismo, com um percurso de fé muito semelhante ao de Newman, no final da visita guiada, pediu a mostra para a sua paróquia em Londres. Tinha razão o Cardeal:
“Louvor Àquele que é Santíssimo no alto dos céus?
E louvor seja nas profundezas;?
Belíssimo em todas as suas palavras,?
mas bem mais em todos os seus caminhos!?”
(The dream of Gerontius).

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