Vai para os conteúdos

OS FATOS

Quem pode, verdadeiramente, fazer novo o humano?

14/10/2014 - Um professor que tenta envolver os alunos com um trecho de Chopin. Os jovens que não compreendem, estão como que alienados. Por que não funciona? “Era algo belo mas, talvez fosse belo apenas para mim”

Tenho uma impressão estranha enquanto coloco para ouvir Tristesse (Tristeza) de Chopin; os rostos espantados dos alunos que tenho diante de mim, interrogam-me de maneira premente. Tenho a sensação de cometer uma violência; aquilo que pensava ser um modo genial de dar aula, ao contrário, enquanto o desenvolvo me conscientizo de que é como uma violação.

Paro por um momento e, pensando comigo mesmo, me pergunto o que estou fazendo, se, por acaso, não estou cometendo um erro. Não consigo encontrar um ponto de ligação, os rostos que estão diante de mim estão perdidos no vazio e isso aumenta ainda mais a minha impressão inicial, ou seja, que a minha genialidade é uma violência.

Termino a aula, tudo correu bem, mas é evidente que inventei algo belo, porém, belo somente para mim. Saio da sala de aula com uma pergunta urgente que me rasga as fibras vitais, me machuca, me machuca muito. E se todo o meu empenho, afinal, fosse impor a minha presença? É uma pergunta que exige uma resposta que não seja nem condescendente e nem crítica.

Uma coisa ficou clara para mim hoje: educa-se não para que se provoque uma reação positiva ou negativa. A questão é: quando vibra o humano, sou eu que o faço mover-se (e aqui está a violência) ou é a presença do Mistério que eu simplesmente reconheço?

Gianni, Milão (Itália)

Outras notícias

 
 

Credits / © Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

Volta ao início da página