Para o mês de outubro foi organizada uma venda especial de Tracce (a edição italiana de Passos), que ofereceu como brinde o vídeo sobre os 60 anos de CL. Nos pátios, nas praças, sozinho ou com amigos. Com a revista na mão para contar e recontar a história “Daquilo que temos de mais caro”. Este foi um gesto simples que maravilhou em primeiro lugar àqueles que o fizeram. Eis algumas cartas
“Desculpe-me, sabe onde fica o Museu?”
Sair para vender Tracce foi um gesto muito interessante. Confesso que nunca havia gostado de fazer isso e tinha feito poucas vezes. Porém, percebi que desta vez era uma venda especial porque o número continha o DVD onde é contado, de modo simples e belo, quem somos e o que é verdadeiramente o Movimento.
Tive consciência disso quando vendi o primeiro exemplar. Eu e dois de meus amigos vendemos seis no domingo em Palestro. Havíamos encontrado muitas pessoas, entre as quais muçulmanos e duas ucranianas, com as quais falamos sobre Filonenko e de Maidan, e uma romena, Alessandra, que aqui está para aprender a língua italiana. Ela veio ao nosso encontro porque queria perguntar onde ficava o Museu e começamos a conversar. Por fim, comprou Tracce e nos deixou seu e-mail. Espero poder reencontrá-la logo.
Encontramos um alpino que estava em Milão para uma formatura e também um casal de idosos. Foi surpreendente porque, para começar, rejeitaram a revista porque associavam CL a fatos não bons mas, depois de uma conversa, cederam. O que mais me impressionou foi ouvi-los falar da própria família e do fato que, após 51 anos, continuam casados e não se divorciaram. Quando perguntei o motivo, a resposta realmente me marcou. Era a mesma de minha mãe: “Estamos juntos por causa dos filhos”. Naquele momento, uma tristeza saiu de mim. Depois, discutindo com meus amigos, percebi a importância daquela frase, que não se dá por óbvia em 2014. Uma resposta insuficiente para o meu coração mas não banal.
Então, para mim, a venda da revista foi isto: redescobrir a graça recebida pelo encontro com o Movimento e a beleza de ver reunidas, em Palestro, as diversas Escolas de Comunidade. Éramos um povo. Através do vídeo dos 60 anos e do encontro com as pessoas foi possível ver o que Deus fez e faz através do sim de um homem. O sim de Dom Giussani alcançou a mim e, naquele domingo, quantos outros através de nós.
Alessia, Milão
Desta vez, não foi cansativo
Domingo, 19 de outubro, o nosso grupo de Escola de Comunidade em Marentino organizou a venda de Tracce. Junto com alguns amigos de Turim, fomos a duas paróquias. O gesto teve um sucesso discreto: foram vendidos 35 exemplares e os sacerdotes leram o aviso que havíamos preparado, no qual se explicava a proposta da revista mensal e do vídeo. Porém, a coisa mais significativa foi o fato de que, para nós, foi uma bela experiência. Em outras ocasiões, a venda de Tracce nos parecia cansativa, como se fosse um dever a cumprir para sermos excelentes membros de CL. Penso que ter assistido ao vídeo nos ajudou bastante. Foi comovente ver documentada a vida plena de gosto e significado que transborda em cada um de nós, tanto que não se pode fazer menos do que levá-la ao conhecimento de todos.
Para a venda, procuramos preparar o gesto juntos. Giovanni e Carlo conversaram com o pároco da Catedral, e Catarina fez o mesmo com o pároco da São Luís. Combinamos com André, de Chieri, que pensara fazer o mesmo gesto com alguns amigos de Turim.
Domingo de manhã nos encontramos, com rostos alegres, a ponto de que, a alguns, veio a ideia de ir à tarde encontrar o pároco de nossa pequena igreja de Marentino para presenteá-lo com a revista. Contamos a ele algumas coisas sobre nós e o convidamos para jantar. Além disso, o desafio de propor publicamente Tracce fez com que alguns de nós lêssemos com mais atenção a revista, descobrindo toda a sua riqueza.
Donatella, Turim
“A minha ‘Tracce’ pelo seu ‘Luta Comunista’”
Sábado, com alguns amigos da Fraternidade, combinamos de nos encontrar na praça principal de Cuneo para vender Tracce. Acontecia ali “A feira das castanhas”, com muita castanha e muita gente. Na semana anterior quis assistir com eles ao vídeo para não ser apenas levada pelo convite de Carrón. Queria saber o que iria propor. Senti-me totalmente dentro das histórias contadas, considerava-me “pronta”. Contudo, apesar de toda a comoção, o entusiasmo dos amigos e o dia belíssimo, não havia nada que fizesse com que eu me movesse: não tinha vontade de sair para vender Tracce. Só me decidi no último momento e saí com minha filha para encontrar meu marido e os outros. Antes de alcançar a praça, encontro três rapazes do Luta Comunista, tentando parar as pessoas e venderem seu jornal. Um deles me para, respondo com um belo sorriso que estou indo vender Tracce e sigo adiante. Na praça, encontro meu marido com dois rapazes do sul, estudantes de engenharia de Turim, a passeio na cidade: belos, abertos e dispostos a nos ouvir. Tudo corre bem e, quando eles vão embora me vem à memória o rapaz do Luta Comunista. Pego um exemplar de Tracce e vou procurá-lo. No meio de tanta gente nos reconhecemos, eu carregando a minha Tracce lhe pergunto quais são os do seu grupo. Começa a falar numa rajada, não entendo nada, ponho-me a pensar que ele me parece alguém fora do mundo e me dou conta de que não o estou escutando, pronta a rebater com minha Tracce. É um instante: paro e me dou conta de que ele está ali. Interrompo-o para saber seu nome e lhe peço desculpas. Roberto. Naquele momento começa o nosso encontro. Explico-lhe o porquê de minhas desculpas porque o meu preconceito tinha feito com que não tivesse ouvido nenhuma palavra. Olha-me como se fosse um marciano. Sinceramente, não sei se havia compreendido minhas desculpas mas, para mim, tudo mudou: naquele instante de total incômodo experimentado pelo preconceito que tinha diante das suas palavras, aquilo que estava acontecendo, dei-me conta que, diante de mim, estava um rapaz que me dava suas razões, alguém ali para mim, que me dizia quem era, exatamente como eu estava procurando fazer, cheio de paixão e determinação. Tudo parou e num segundo o coração se escancarou! Não estava ali para vender Tracce, mas para dizer quem sou eu. Surpreendi-me porque, quase sempre, diante das coisas, mas também entre nós, prevalece o que já se sabe: já sei o que me espera durante o dia, sei tudo sobre o outro e como e o que me dirá e é como se nunca acontecesse nada. Que estranho ... Começamos a nos dizer quem éramos. Roberto me disse tantas coisas ainda totalmente incompreensíveis e, para mim, também não razoáveis, mas foi um verdadeiro diálogo, feito para durar. Foram vinte minutos intensos, de coisas pessoais, como me disse, tanto que seus companheiros lhe chamaram a atenção porque estava perdendo muito tempo comigo! Despedimo-nos com um belo aperto de mãos, eu com o seu Luta Comunista, ele com a minha Tracce.
Cristina, Cuneo
Obs: No Brasil, o vídeo dos 60 anos de CL será ofertado com a edição de Passos de Dezembro e está prevista uma venda especial da revista para os dias 13 e 14 de dezembro em diversas cidades do país.
> Assista aqui ao trailer do vídeo dos 60 anos.
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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón