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OS FATOS

Uma humanidade que nos toma

20/02/2015 - Em janeiro, o Papa Francisco visitou o Sri Lanka e as Filipinas. Da sua viagem, ficou marcado o abraço às pessoas e as suas palavras. E aquele desafio a deixar-se educar pelos pobres. Eis o que permaneceu em quem viveu isso
Papa Francisco em Manila.
Papa Francisco em Manila.

Saí de Manila por motivo de trabalho, exatamente um dia antes da chegada do Papa Francisco. Ele chegou e foi embora enquanto eu estava fora. Estou triste por não o poder ter visto pessoalmente, mas o acompanhar na televisão, sempre que podia, não diminuía o valor de suas mensagens e das lições que deu a todos os filipinos.

De algum modo, ele tocou o centro do nosso ser com suas homilias, tão simples e ao mesmo tempo tão poderosas. Ele chorou conosco, recordando a tragédia que abalou milhares de pessoas durante o tufão Haiyan no ano passado. Ele nos abraçou calorosamente quando uma garota perguntou por que Deus permite que coisas ruins aconteçam com as crianças. Mostrou uma humanidade que nos abraça e toma conta da gente até o fundo.

Dentre as muitas coisas que ele disse sobre o que devemos aprender com os pobres, o que mais me chamou a atenção foi o pedido para “aprendermos a ser evangelizados” por eles.

Como é possível desejar ser evangelizado pelos pobres? Pergunto-me como posso realmente aprender com os pobres o que seja o Evangelho de Jesus. Quando pensamos nos pobres, nos vem à cabeça suas necessidades, suas carências, suas privações. Sou eu que ajudo os pobres, não o contrário. Pensa-se nos pobres como mendigos que precisam de ajuda, cuja carência pode ser coberta por nossa generosidade.

Mas o Papa Francisco me abriu os olhos com essa frase tão forte. Os pobres só podem lhe evangelizar se você, através deles, vê Cristo. Será que nós não devemos ser também mendigos como eles, diante dos olhos de Deus? Necessitados e privados de tudo que é importante para viver, não deveríamos sentir a dor como eles sentem, com a total dependência da providência de Deus, quando vivemos vidas superficiais, rodeados de todas as comodidades que o mundo pode oferecer? Não sentimos sua solidão, traídos pelas pessoas e pela sociedade, buscando docilmente a luz de Deus que nos ilumina e enxuga nossas lágrimas?

Obrigado Papa Francisco, por me fazer entender por que veio às Filipinas: para mostrar a verdadeira caridade e compaixão com os pobres, pois eles me trazem Cristo, são verdadeiros portadores do Evangelho em nossas vidas.

Não cheguei a vê-lo pessoalmente, Santo Padre, mas senti seu abraço com suas palavras de amor. Sempre estará em nossas orações, e lhe pedimos que suas orações cheguem até nós, até aqui, nas Filipinas.

Mabuhay kA, viva o Papa Francisco!

Malou (Manila)

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