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OS FATOS

Quando tem alguém que te acolhe

por Francesca Capitelli
01/06/2015 - De 21 a 23 de abril no Politécnico de Bari foram realizados os testes antecipados de Engenharia. Os futuros calouros encontraram um grupo de estudantes a esperá-los. Histórias de encontros, entre um café, uma conversa e uma tarde vivida juntos

Novecentos candidatos engenheiros lotaram por três dias o Politécnico de Bari. Chegaram de toda a província para os TAEs, os testes antecipados de Engenharia, que foram realizados de 21 a 23 de abril. Divididos em grupos de cinquenta por seis turnos ao dia, os futuros calouros tiveram que enfrentar o primeiro passo de sua carreira acadêmica.

Um grupo de jovens do CLU, nessa ocasião, aprontou um banquinho na entrada da Faculdade para acolher com café, conselhos e “boa prova!” os que chegavam. Fabrício é um deles. Cursando o segundo ano de Engenharia Mecânica, teve a oportunidade de relembrar quando ele também fez o teste. “Estes três dias foram uma surpresa contínua”, ele diz, porque reviu nos olhos dos jovens que iam entrando o seu mesmo desejo: “Procuram alguém que os acompanhe, que não os deixe sozinhos”. “Querem apenas ser olhados”, insiste Piera. Também ela é do segundo ano como Fabrício, mas faz Engenharia Civil. Piera se ocupou pessoalmente da organização dos banquinhos. Queria oferecer o mesmo acolhimento que ela havia recebido ao chegar à universidade. “E, então, você corre para preparar o café, imprimir os panfletos, pedir ajuda aos colegas”. Muito trabalho. No primeiro dia, entretanto, estava bloqueada pela sua timidez: “Eu não conseguia abordar ninguém, estava abatida”. Depois, certa tarde, ficou sozinha, de modo que pediu a um colega de curso, Nicola, para fazer-lhe companhia: “Foi surpreendente ver como ele mergulhou nesta coisa!”. No começo, Piera devia ser arrastada para encontrar os jovens, mas no final, junto com ele, encontrou-se falando também com os pais que esperavam. “Se o Nicola não estivesse lá, naquela tarde, provavelmente não teria vivido este gesto do mesmo modo”.

O encontro mais bonito que ela fez foi o com Fabrício: apaixonado por informática, afirmava não poder estudar nada a não ser aquilo, na sua vida. “Impressionou-me sua paixão, e quando me enviou um SMS para dizer-me que tinha sido aprovado, eu estava verdadeiramente contente por ele. Mas, sobretudo, era por mim, porque me dei conta de como tudo aquilo que vivi me mudou”. Tanto que, para permanecer ligada à beleza vista nos TAEs de abril, decidiu repropor o banquinho também para os de maio.

Também para Fausto foram dias intensos e cheios de encontros. Estudante do terceiro ano de Física, no começo achava que os banquinhos de Engenharia não tivessem nada a ver com ele. Fora impulsionado a transportar sozinho a mesa até a entrada do Politécnico e, depois de ter cumprido a tarefa, acreditava que o seu compromisso tivesse terminado.

“No dia seguinte, porém, fui “pressionado” por um amigo para fazer o acolhimento. Comecei a ver todos aqueles aspirantes calouros chegando. E me surpreendia ver que tinham tanto medo assim”. Aí ele encontrou Christian, Hilária, Donato e Giuseppe. Passou com eles dez minutos, vinte. Uma hora. Tomam um café, conversam sobre os amigos, a escola, o teste. Enquanto isso, alguns entram na sala, outros ficam ali esperando sua vez ou tomando outro café.

Pouco tempo depois, Christian, o primeiro que conheceu, sai: foi aprovado! É a vez de Giuseppe. Donato, ao contrário, não conseguiu e espera os amigos fora da faculdade. Quando me viu, perguntou: “Mas você, por que faz isso? Todas as associações aqui me pedem para assinar ou me entregam volantes, enquanto você me faz companhia”, conta Fausto, “Para responder-lhe, contei sobre mim, sobre meus estudos, sobre a república na qual moro com outros estudantes, sobre a companhia de amigos do Movimento, que para mim é a coisa mais preciosa aqui na universidade”. Antes de despedir-se dele, Donato pergunta se pode ajudá-lo a preparar de novo o teste para a próxima sessão.

“É mais bonito quando, chegando a um lugar novo, tem alguém que te acolhe”, acrescenta Irene, outra moça do grupinho do CLU: “Nesta experiência, fui eu em primeiro lugar quem se viu mudada. No começo eu tinha dado a disponibilidade só de duas horas, devido às aulas e ao estudo, mas depois quando tinha uma pausa, eu corria ao banquinho, para encontrar os jovens que chegavam. Voltei para casa com uma curiosidade nova pelas coisas e o desejo de viver bem aquilo que devo fazer, desde a última prova até o trabalho da tese”.

“Depois que os acompanhei para pegarem o trem para casa, eu voltei a estudar”, diz Fausto, “e fiquei admirado, porque no estudo tinha a mesma curiosidade daquela tarde passada de conhecer todos aqueles jovens”. Volta-se às coisas habituais, mas não mais como antes.

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