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OS FATOS

Livres e verdadeiros no ambiente de trabalho

02/06/2016 - Uma estudante relata a experiência feita em seu primeiro estágio. A partir de um imprevisto abre-se a possibilidade de um relacionamento verdadeiro com os colegas. E um aprendizado para a própria vida

Sou italiana e estou fazendo um intercâmbio no Brasil. Em janeiro deste ano, comecei a minha aventura como estagiária em um banco privado. Este foi para mim o primeiro trabalho da vida, no outro lado do mundo, e em um banco, quando a única coisa que eu sabia era que não gostava muito de finanças! O desafio foi grande, pois as pessoas lá são de um nível bem diferente do meu, pessoas ricas, com ideologias bem fortes, e isso me assustou. No início fiquei preocupada, pensando que eu não sabia como podia contribuir naquele lugar, ou o que poderia levar para a vida daquelas pessoas. E me questionava: como o meu ser católica influencia o meu modo de estar no trabalho? Como eu posso crescer como pessoa no trabalho? Por isso tentava manter uma imagem, e me fechei.

Depois, um dia aconteceu que fui convidada para ser voluntária na Assembleia de Responsáveis da América Latina (ARAL), que teria a presença do padre Carrón, e precisei pedir um dia de folga. Como estava com medo de me mostrar, e que o meu pedido fosse rejeitado, falei que teria um seminário na faculdade. Mas nos dias seguintes eu não me sentia verdadeira, como se eu não pudesse contribuir em nada naquele lugar porque o meu “eu” não estava presente. Quando a minha chefe perguntou de novo por qual razão eu faltaria, pensando muito em como eu vi alguns amigos trabalharem (a Giovanna e a Silvia especialmente), decidi falar a verdade. Expliquei um pouco o que era a ARAL e porque era importante para mim participar. Ela ficou muito surpresa e me encheu de perguntas sobre o Movimento, e disse algumas coisas sobre mim que ela percebeu, mas não conseguia explicar apenas pela educação da faculdade, e no final me deu a permissão.

Quando voltei na segunda, faltava só um mês para terminar o estágio, mas foi o mês mais surpreendente. A minha chefe planejou um almoço para que eu contasse a eles sobre a ARAL, convidando também colegas de outras áreas. Foi excepcional que isso pudesse acontecer no trabalho. Depois disso, muitas outras coisas surgiram. Sobretudo, que em alguns dias da semana a minha chefe começou a levar marmita para almoçar comigo em vez de ir ao restaurante, e a partir daí foram dias de grande partilha e liberdade, no aprendizado, no diálogo diário, mas também fui sendo corrigida no relacionamento profissional. Aprendi de verdade que ser livre e verdadeiros em cada contexto no qual vivemos é a janela para contribuirmos para esse lugar e para que esse lugar e essas pessoas possam contribuir na nossa vida.

No dia em que fui embora, três chefes me entregaram uma carta muito comovente sobre a experiência que tiveram comigo, e me deixaram essa lembrança: “cada lugar de trabalho e da vida é desafiador e complexo, mas não deixe de viver esperando que o contexto mude. Pelo contrário, seja você mesma, porque assim você pode mudar o contexto”. Essa frase me comoveu muito, porque foi a clara síntese daquilo que eu aprendi com as pessoas deste trabalho no qual no início eu não esperava nada. E mesmo após eu ter saído do banco o relacionamento com elas ainda continua, e esta é uma coisa do outro mundo!

Chiara, São Paulo (SP)

> Vídeo com testemunhos dos voluntários da ARAL e Imagens do encontro.

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© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón

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