“A Última Música” foi um dos livros do autor norte- americano Nicholas Sparks, que o tornou mais conhecido no Brasil. A história contada é muito mais que um romance entre dois jovens. Ela nos faz retomar as exigências do nosso coração: de justiça, verdade e de amor, através das experiências de cada personagem, além de mostrar o quanto a vida pode surpreender, fazendo-nos questionar o sentido da mesma.
O livro conta a história de Verônica Miller, mais conhecida como Ronnie, uma adolescente de 17 anos, revoltada por causa do divórcio dos pais. Sem saber o verdadeiro motivo da separação, o que levou ao rancor da menina, Ronnie morava com sua mãe e o irmão mais novo, em Nova York, onde levava uma vida agitada. Sua mãe decide que seria melhor para os filhos a reaproximação com o pai, Steve, que morava na praia de Wrightsville, na Carolina do Norte e os leva para passarem as férias de verão com ele.
Ronnie se faz de rebelde e nega qualquer aproximação com o pai, ao contrário de Jonah, seu irmãozinho, que parece bem feliz ao lado dele com quem não tinha contato há três anos. A adolescente faz de tudo para ser considerada um estorvo e ser mandada de volta para casa, sente um grande incômodo cada vez que Steve toca piano – coisa que ela fazia com maestria quando era criança, mas da qual abdicou, por fazê-la lembrar-se dele.
Steve, ex- pianista, levava uma vida tranquila, dedicando seu tempo à restauração de um vitral da igreja da cidade, que foi incendiada misteriosamente. O que ninguém sabia era que ele tinha descoberto uma doença e tinha optado por não se tratar para aproveitar o tempo que lhes restava com os filhos, livrando-os assim, de qualquer preocupação. Em vez de se desesperar ao saber sobre seu estado, começa a se perguntar o sentido da vida, quem é Deus, como conversar com Ele e aonde encontrá-Lo. Passa a ler a bíblia e a fazer caminhadas na praia todos os dias, em busca de Deus.
Ronnie conhece Will, o garoto mais popular da cidade, e com a convivência se apaixona profundamente por ele, abrindo-se para uma nova experiência que lhe proporciona uma imensa felicidade – e dor – jamais sentida. É por causa do convívio com Will que ela passa a demonstrar mais as qualidades que não queria deixar transparecer antes e vê o quão infantil estava sendo em relação a seu pai, enxergando a realidade que a cercava com outros olhos e reaproximando-se dele.
Steve tem uma piora e é levado para o hospital às pressas. O câncer havia se espalhado e chegara a hora dos seus filhos saberem a verdade. Apesar da revolta inicial, Ronnie se dá conta do quanto o ama e faz de tudo para ficar com ele no período terminal. Descobre o porquê do divórcio ao ler cartas que ignorou e vê o quanto tinha sido injusta, pois mesmo o tratando mal, Steve sempre fez de tudo para reconquistar o amor da filha sem ligar para seu desprezo. A menina se dedica e termina a última canção que o ex- pianista estava compondo e um dia após uma conversa decide tocá-la.
“Pela primeira vez em meses, não sentiu dor alguma; pela primeira vez em anos, obteve as respostas às suas perguntas. Ao ouvir a música que Ronnie havia composto, a música que Ronnie havia aperfeiçoado, fechou seus olhos sabendo que tinha terminado sua busca pela presença de Deus. Finalmente, havia entendido que a presença de Deus está em todo o lugar, em todos os momentos, e é sentida em um momento ou outro, por todas as pessoas. Estava nos momentos em que havia trabalhado com afinco na janela com Jonah; estava nas semanas em que havia passado junto com Ronnie. Estava ali e agora, enquanto sua filha tocava aquela música, a última que iriam partilhar. Em retrospectiva, perguntou-se como tinha deixado de perceber algo tão incrivelmente óbvio. Deus, entendeu subitamente, era o amor em sua mais pura forma, e, nesses últimos meses com seus filhos, tinha sentido Seu toque com a mesma certeza de que ouvia a música saindo pelas mãos de Ronnie.”– Steve morre após a canção terminar. Morre com a certeza de que Deus existe e a mesma serenidade que os filhos viam em seu rosto quando chegaram.
O livro é todo em terceira pessoa, com capítulos tendo narrativas alternadas entre os personagens. Assim, temos a chance de ter uma visão de toda a história por vários ângulos, sendo mais comoventes os capítulos narrados por Steve. O filme “The Last Song” , com direção de Julie Anne Robinson, é baseado no livro de Sparks, mas não tem o mesmo detalhamento e impacto da leitura.
“Um Homem de Sorte”
Nicholas Sparks (1965) é um escritor norte-americano, consagrado pelo mundo inteiro pela vendagem de seus livros. Nasceu em Omaha, Nebraska e passou a adolescência na Califórnia. Escreveu seu primeiro livro com 19 anos, porém, a obra não foi mais encontrada. Estudou na Universidade de Notre Dame, onde se formou em economia em 1998.
O autor trabalhou por algum tempo como delegado de informação médica, até que a agente literária Theresa Park passou a mediar a publicação dos seus livros. Theresa Park vendeu os direitos do romance “The Notebook” à Warner Books, e depois desse fato, o escritor esteve na lista de livros mais vendidos durante 56 semanas.
O livro “As Palavras que Nunca te Direi” foi adaptado para filme, o que ajudou bastante no sucesso literário. Outros livros também tiveram grande sucesso: “Uma Carta de Amor”, “Noites de Tormenta”, "Um Amor Para Recordar", “Um Homem de Sorte”, só para citar alguns exemplos. Foram com os livros “A Última Música” e “Querido John” que se tornou grande conhecido do público brasileiro. Os livros de Sparks fazem sucesso também em Portugal.
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