Neste tempo Pascal, nada mais adequado do que sugerir a audição de "Messias", obra de G. F. Haendel, de 1742, cuja aceitação e popularidade permanece até nossos dias, apesar de, na época, provocar críticas e controvérsias quando seu texto chegou ao conhecimento da imprensa, por considerá-lo de natureza "blasfema". A obra foi resultado de um convite feito a Haendel, pelo Lord Lieutenant da Irlanda para exercer uma "caritativa" e arrecadar verba para tres instituições de caridade em Dublin. Ainda assim o que resultou foi o mais conhecido, executado e apreciado oratório de Haendel. É formado por 51 movimentos. Se apresentado na íntegra, não deverá tomar menos de duas horas e meia ou mais, dependendo da interpretação.
O texto da obra narra a vida de Jesus Cristo, mas iniciando de sua anunciação profética, passando por seu nascimento, vida, paixão, morte e ascensão ao céu. Dos 51 movimentos, o 42º é o mais conhecido entre nós. Sem dúvida o "Hallelujah" é a peça coral mais executada na maioria das festividades religiosas natalinas. A intenção da composição é demonstrar a alegria da vitória alcançada pelo Messias, o que foi conseguido em 1742, com efeito emocional que se renova a cada vez que se aprecia sua interpretação. Na primeira apresentação, 1742, o rei George II da Inglaterra era um dos presentes que foi imediatamente tocado aos primeiros acordes de "Hallelujah" o que o fez se colocar de pé, tendo seu gesto seguido por todos os presentes. Ainda hoje permanece essa prática em muitas apresentações onde se inclui o "Hallelujah" de Haendel.
O 12º movimento "For unto a child is born", onde se narra o nascimento do Messias, é de uma graciosidade e beleza tão contagiante, que eu não poderia deixar de citá-lo e anexar o link.
Esclarecendo, poucos sabem que "Messias" de Haendel foi uma obra concebida para a Páscoa, aliás, umas das poucas criadas para esse evento.
Vários trechos do "Messias" são usados na época natalina, algumas da primeira parte, e o "Hallelujah" da segunda parte. E existem montagens que apresentam toda a obra como concerto de Natal. A ária "Sei que meu Redentor vive", cantada por soprano, é muito usada em funerais cristãos. Após a morte de Haendel o oratório passou a ser executado no período do Advento. O nome que o autor colocou foi "Messias", e não "O Messias" como é chamado atualmente. Mas foi concebido para a Páscoa realmente.
Os links são sugestões de apenas dois movimentos escolhidos por mim. Mas a obra tem vários outros de beleza impressionante. Vale a pena conhecê-los. E amá-los, pois o compositor consegue criar o belo. Mas a beleza realmente é de Deus. Por isso é imortal.
Boa audição e tempo Pascal a todos !
http://www.youtube.com/watch?v=MS3vpAWW2Zc
http://www.youtube.com/watch?v=u6_nJ11BgTE
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