A Natividade do Cartaz de Natal de 2016 faz parte do ciclo que Giotto pintou no transepto da Basílica inferior de Assis. Giotto trabalhou na grande obra da Basílica superior com as histórias de São Francisco no último decênio de 1200. Mais tarde, esteve em Rimini e em Pádua onde, em 1304, concluiu os afrescos da Capela Scrovegni. Voltou para Assis com seus assistentes por volta de 1308, chamado pelo Bispo de Assis, Teobaldo Pontano, para trabalhar, primeiro, na Capela da Madalena e, depois, no ciclo da Natividade.
Quando voltou para Assis, Giotto se tornara famoso; um artista que, para atender aos trabalhos cada vez mais numerosos que lhe eram encomendados, montou um atelier (muito moderno, que também recorria a “associações de trabalho temporário” contratando mão de obra local). Abaixo dele, na direção deste atelier, Giotto colocou um mestre cujo nome não é conhecido, mas que a crítica identificou estilisticamente e o nomeou “Parente de Giotto”, exatamente pela clareza com que incorporou a lição do mestre. Foi a ele que Giotto confiou a tarefa de manter a sequência da obra da Basílica inferior, seguindo uma planta certamente desenhada pelo mestre.
A cena da Natividade, se confrontada com a famosa existente em Pádua, parece mais “uma fábula” pela junção de mais motivos narrativos: há a chegada dos pastores e há também uma babá que toma conta do pequeno Jesus. Há um sabor ingênuo nesta composição repleta de elementos, mas que, no fim, descreve o Natal como uma grande festa. A ordem na qual os elementos são dispostos demonstra um equilíbrio derivado de uma ampla visão pictórica (“a mente pensante” de Giotto da qual fala um de seus mais importantes estudiosos, Luciano Bellosi).
Porém, a pureza com a qual as cenas são, depois, efetivamente pintadas, revela uma personalidade menos elevada que compensa a lacuna em relação ao mestre e uma certa fragilidade no desenho com detalhes psicológicos também comoventes, como o sorriso que ilumina o rosto de Maria enquanto olha para o Filho.
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