Caríssimos amigos,
penso em cada um de vocês, dominado pelo desejo de crescer.
Crescer quer dizer tomar nas mãos as rédeas da própria vida.
Mas isto nem sempre é simples. Às vezes, com efeito, dá vontade de voltar atrás. Era mais cômodo, menos trabalhoso, quando eram os outros que tratavam de enfrentar os problemas por nós. E muitas vezes volta a pergunta: mas eu realmente quero crescer, ou prefiro permanecer criança?
Responder ao desejo de crescer exige um amor, uma paixão por nós mesmos.
Viver à altura do nosso desejo é um empenho.
E é só para os audazes, como lhes digo muitas vezes; é para quem quer ser protagonista em primeira pessoa, sem descarregar a sua própria liberdade sobre os outros.
Sou eu que quero descobrir toda a beleza da vida, toda a intensidade que pode alcançar a minha vida.
Descobri-lo, recorda-nos Dom Giussani, é “um ponto de chegada possível somente para quem leva a sério a vida”, sem excluir nada: “Amor, estudo, política, dinheiro, até a comida e o repouso, sem nada esquecer, nem a amizade, nem a esperança, nem o perdão, nem a raiva, nem a paciência”.
A razão desta audácia é a firme certeza de Dom Giussani de que “dentro de cada gesto está o passo em direção ao próprio destino” (O senso religioso, p. 62-63).
Como é arrepiante levantarmo-nos a cada manhã com a curiosidade de descobrir como é que cada gesto se pode revelar um passo para o destino, em cada desafio por enfrentar!
Só o podemos fazer graças à certeza de termos um companheiro de caminho como Jesus. “Eu estarei convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28,20).
Com a Sua companhia podemos ousar enfrentar qualquer desafio, como nos testemunha alguém que não teve medo de crescer, o Papa Francisco: “Não nos deixemos aprisionar pela tentação de permanecer sozinhos e sem confiança a chorar pelo que nos acontece; não cedamos à lógica inútil e inconcludente do medo, a repetir resignados que tudo corre mal e nada é como outrora. Esta é a atmosfera do sepulcro; ao contrário, o Senhor deseja abrir o caminho da vida, do encontro com Ele, da confiança n’Ele, da ressurreição do coração, o caminho do “Levanta-te! Levanta-te, sai!”. Eis o que nos pede o Senhor, e Ele está ao nosso lado para o fazer” (Homilia em Carpi, 2 de abril de 2017).
Boa Páscoa!
O vosso amigo, Julián
Credits /
© Sociedade Litterae Communionis Av. Nª Sra de Copacabana 420, Sbl 208, Copacabana, Rio de Janeiro - RJ
© Fraternità di Comunione e Liberazione para os textos de Luigi Giussani e Julián Carrón